Porque não me movo para mergulhar em instrumentos: no teclado órgão Mp 2020 Minami, só consegui decorar a partitura de Yesterday e o comecinho de Eu sei que vou te amar; em matéria de baixo elétrico, talvez tenha produzido na época do The Primos (primeira banda e sonho de ser "Jim Lennon") uma técnica extremamente original do naipe de Caymmi e João Gilberto, mas ninguém deu a mínima importância. No violão, decorei os acordes do songbook de Djavan, mas já esqueci e nem minha mulher e meus amigos agüentam mais o surrado repertório fiel; e na percussão, de forma intuitiva, venho até evoluindo, mas vivo os batuques de uma forma muito catártico-emocional – minhas mãos invariavelmente ficam encarnadas logo depois de um ensaio do Harmonia Enlouquece, minha banda atual da qual também tomo partido – politique!, kamarada.
Porque minha técnica no desenho e na pintura são as mesmas da época do Jardim III do Colégio Santa Maria. Minha mãe inclusive exibia ainda minhas únicas duas obras advindas dessa época nas paredes do seu apartamento – diria eu haver um tom pós-expressionista tropical inspirada no caos urbano de Boa Viagem. Hoje só me atrevo a desenhar monstros e estrelas.
Porque conheço atores e atrizes amadores muito melhores do que eu, confesso que me sinto meio travado quando ouço do diretor: - Faça, assim, um gato lânguido e preguiçoso. Mas conheço gente que faz amarradão/amarradona e bem à beça... Por outro lado, não penso em parar com teatro, mesmo que em anos bissextos, e põe bisseeexxtos...
Porque acho até que tiro algumas boas fotos, mas o problema é que elas não conversam em português e não tomam chopp. É... cinema pode ser uma boa opção.
Porque escrever é resolver a coelhos e caixas d’águas meu problema/solução: amo demais muita coisa e não gosto de deixar essas coisas carentes por muito tempo.
Porque quem escreve não vive sem, e um blog é tão bonzinho para exercitar. Malhar em academia? hummm...
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