a divina marquesa da ponte me conquista
enche de esperança meu asfalto
muita gente atravessa
cabelo branco, boina, guarda chuva de amanhã
pouca gente fica sob um arco gótico e desmitifica todo renascimento veneziano
touca
um telefone rouco de um italiano seco no meio do tudo molhado
barroca é uma igreja longe manchada de fog
a divina marquesa da ponte me conquista
sorri gioconda e sua gargalhada faz marolas nas escadas do cais
molha meus pés descalços
cade minhas botas de borracha?
tem uma viela no meu olho de água estreita
reflete pedra de peso medieval
a quantos graus da proa a gondola girará?
espreita
o vaporetto torto numa ré sobre o porto
Mercato
Veneza comprou a seda da China
e a divina marquesa me ensina
que cada ponte me leva a Rialto